Essa semana apresentei, para as crianças, o vídeo onde um pássaro escondia os pinhões como forma de armazenamento para posteriormente comer. Essa ave, a gralha-azul, pertence a família dos corvídeos , com aproximadamente 40 cm de comprimento, de coloração geral azul vivo e preta na cabeça, na parte frontal do pescoço e na superior do peito.
Era madrugada, o sol não demoraria a nascer e a gralha ainda estava acomodada no galho amigo onde dormira à noite, quando ouviu a batida aguda do machado e o gemido surdo do pinheiro. Lá estava o machadeiro golpeando a árvore para transformá-la em tábuas. A gralha acordou. As pancadas repetidas pareciam repercutir em seu coração. Num momento de desespero e simpatia, partiu em voo vertical, subiu muito além das nuvens para não ouvir mais os estertores do pinheiro amigo. Lá nas alturas, escutou uma voz cheia de ternura: - Ainda bem que as aves se revoltam com as dores alheias.
A gralha subiu ainda mais, na imensidão. Novamente a mesma voz a ela se dirigiu: - Volte avezinha bondosa, vão novamente para os pinheirais. De hoje em diante, Eu a vestirei de azul, da cor deste céu e, ao voltar ao Paraná, você vai ser minha ajudante, vai plantar os pinheirais. O pinheiro é o símbolo da fraternidade. Ao comer o pinhão, tira-lhe primeiramente a cabeça, para depois, a bicadas, abrir-lhe a casca. Nunca esquece de antes de terminar o seu repasto, enterrar alguns pinhões com a ponta para cima, já sem cabeça, para que podridão não destrua o novo pinheiro que dali nascerá. "Do pinheiro nasce a pinha, da pinha nasce o pinhão... Pinhão que alegra nossas festas, onde o regozijo barulhento é como um bando de gralhas azuis matracando nos galhos altaneiros dos pinheirais do Paraná. Seus galhos são braços abertos, permanentemente abertos, repetindo às auras que o embalam o meu convite eterno: Vinde a mim todos..."
A gralha por uns instantes atingiu as alturas. Que surpresa! Onde seus olhos conseguiam ver o seu próprio corpo, observou que estava todo azul. Somente ao redor da cabeça, onde não enxergava, continuou preto. Sim preto, porque ela é um corvídeo. Ao ver a beleza de suas penas da cor do céu, voltou célere para os pinheirais. Tão alegre ficou que seu canto passou a ser um verdadeiro alarido que mais parece com vozes de crianças brincando.
Esta lenda na verdade é um fato real. A Gralha-azul tem o hábito (sábio) de enterrar pinhões.
O estudo dessa lenda proporcionou desenvolver o conhecimento sobre plantações, pinha, pinhão, aves, cores,preservação da natureza.
As crianças confeccionaram a gralha azul em bola de isopor, papel e pintura com guache. O resultado ficou muito fofo, confira!
Também realizamos produções onde o objetivo era reproduzir a "araucária" com elementos naturais encontrados no jardim da escola
“A compaixão para com os animais é das mais nobres virtudes da natureza humana.”
Charles Darwin
Um beijo azul e vários outros para você guardar no coração ou distribui-los!!
Nádia Villani Ruy!
Estava procurando material para montar minha aula e vi este trabalho maravilhoso que você fez em 2011. Parabéns. Tenho certeza que seus alunos nunca esqueceram...
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